Adoro fotografar Brasília. As árvores... o céu... as flores... o horizonte...
Uma cidade totalmente absurda. E onde me sinto em casa.
Acho que deveríamos fazer um movimento para tombar o Céu de Brasília. Não sei qual seria o mecanismo, mas seria uma forma de dizer que queremos que o céu de Brasília permaneça assim, lindo como é hoje... ou melhor... era mês passado. Porque agora, o céu de Brasília está cinza, marrom, bege... carbono e água evaporados nas queimadas assassinas que enlouqueceram os bombeiros nas últimas semanas. Pois é essa a idéia, de que o Céu de Brasília é algo com que precisamos nos preocupar porque ele pode ser perdido. Que o tombamento seja uma bandeira para dizer que não queremos queimadas, indústrias poluidoras nem arranha céus por aqui.
As fotos são da Ponte JK. Duas diferentes perspectivas do mesmo objeto. De cima e de longe...
Ting é o hexagrama 50 do I Ching. O Caldeirão. Acima: LI, O ADERIR, FOGO. Abaixo: SUN, A SUAVIDADE, VENTO. Minha própria tradução. Um caldeirão borbulhando de idéias, sonhos e movimento. Que dele transborde alimento para a alma. Para a minha e para a de todos os que por aqui passarem. Buniting, para carregar no nome buniteza.
Todo o conteúdo deste Blog é de minha autoria (fotos, textos, filmes), salvo menção expressa. A reprodução é permitida, desde que: a) não haja edição; b) sejam dados os devidos créditos e citada a fonte; e c) não seja feito uso comercial. Agradeço se me informarem.
domingo, 29 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Plantar Água
Aproveito que hoje é dia do Festival de Ilmatar ou Luonatar, a deusa finlandesa da água, grande mãe criadora que organizou o caos e criou a Terra, e coloco aqui um texto que publiquei originalmente na edição de dezembro de 2009 do Deusa Viva, jornal da Teia de Thea.
Só há vida na Terra porque há Água. Com as bênçãos das Deusas e Deuses dos Mares, Oceanos, das Chuvas e dos Rios, das Lagoas e Cachoeiras.
E só há Água porque existe Vida.
É a Vida que segura a Água na Terra...
Invertendo a lógica reinante: Conservando a vida, conservaremos a água. Essa água indispensável à vida.
Jurandir é um agricultor que faz agrofloresta no semi-árido. No último Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, ele nos contou como ele Planta Água. Sim, plantar água. Ele nos disse: “Se você não tem água, você PLANTA. Como se faz? Observando a natureza. Foi assim que meu mestre, Ernst Götsch, me ensinou. E foi assim que eu fiz. E eu plantei mandacaru, e eu plantei palma. Porque essas plantas evoluíram nesse lugar e sabem como acumular a água com pouquíssima chuva. Então eu pico as folhas de palma em um buraco, misturo com terra, pilo bem, espero 45 dias e depois planto uma semente de manga, um caroço de abacate, uma semente de qualquer fruta que eu queira. A semente germina, se desenvolve e aproveita bem a pouca chuva que vem durante poucos dias, cresce bastante e agüenta a seca que virá. E assim eu tenho um pomar no meio do semi-árido com todas as frutas que eu gosto de comer. E é assim que eu planto água. Vivem dizendo que falta água no nordeste e gastam 200 litros de água por dia para irrigar uma mangueira. Eu planto água e tenho toda fruta que quiser.”*
Fico assistindo a toda essa conversa de Copenhague, Mudanças do Clima... e esse argumento de que a tecnologia de ponta resolverá tudo. Que bastará reciclarmos, utilizarmos células fotovoltaicas, produzirmos comida com transgênicos capazes de fazer qualquer coisa que queiramos... Água? Vamos dessalinizar a água do mar... cavar poços de milhares de metros de profundidade e utilizar água mineral... água acumulada pela Mãe Terra em suas entranhas... sangue que corre pelas artérias da Mãe Terra. Pois bem... na Arábia Saudita, regiões que já foram celeiros irrigados às custas desses bolsões de água mineral tornaram-se desertos. Os bolsões de água secaram. Sangue drenado da Mãe Terra.
Quem segura o carbono, assim como a água, é a vida. Basta multiplicar a vida para que o carbono permaneça aqui em baixo, onde queremos que ele fique e não lá na atmosfera a inviabilizar a vida no Planeta. E a tecnologia necessária para isso já era praticada pelos nossos ancestrais. Basta plantarmos muito, deixarmos as plantas crescerem, se espalharem, pararmos de cortar, arrancar, queimar cada folhinha verde que se surge, amorosamente captando carbono para permitir a continuidade da nossa vida. Basta deixarmos que a vida se multiplique em seres de todos os reinos, seres de todas as cores e formas, seres de penas, seres de escamas, seres de pelos, seres de pele, seres se folhas, seres de flores.... E, magicamente, automaticamente, estaremos Plantando Água!
*Esse texto não está exatamente como ele disse. Está como eu me lembro... Jurandir que me perdoe a reinterpretação e licença poética...
Só há vida na Terra porque há Água. Com as bênçãos das Deusas e Deuses dos Mares, Oceanos, das Chuvas e dos Rios, das Lagoas e Cachoeiras.
E só há Água porque existe Vida.
É a Vida que segura a Água na Terra...
Invertendo a lógica reinante: Conservando a vida, conservaremos a água. Essa água indispensável à vida.
Jurandir é um agricultor que faz agrofloresta no semi-árido. No último Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, ele nos contou como ele Planta Água. Sim, plantar água. Ele nos disse: “Se você não tem água, você PLANTA. Como se faz? Observando a natureza. Foi assim que meu mestre, Ernst Götsch, me ensinou. E foi assim que eu fiz. E eu plantei mandacaru, e eu plantei palma. Porque essas plantas evoluíram nesse lugar e sabem como acumular a água com pouquíssima chuva. Então eu pico as folhas de palma em um buraco, misturo com terra, pilo bem, espero 45 dias e depois planto uma semente de manga, um caroço de abacate, uma semente de qualquer fruta que eu queira. A semente germina, se desenvolve e aproveita bem a pouca chuva que vem durante poucos dias, cresce bastante e agüenta a seca que virá. E assim eu tenho um pomar no meio do semi-árido com todas as frutas que eu gosto de comer. E é assim que eu planto água. Vivem dizendo que falta água no nordeste e gastam 200 litros de água por dia para irrigar uma mangueira. Eu planto água e tenho toda fruta que quiser.”*
Fico assistindo a toda essa conversa de Copenhague, Mudanças do Clima... e esse argumento de que a tecnologia de ponta resolverá tudo. Que bastará reciclarmos, utilizarmos células fotovoltaicas, produzirmos comida com transgênicos capazes de fazer qualquer coisa que queiramos... Água? Vamos dessalinizar a água do mar... cavar poços de milhares de metros de profundidade e utilizar água mineral... água acumulada pela Mãe Terra em suas entranhas... sangue que corre pelas artérias da Mãe Terra. Pois bem... na Arábia Saudita, regiões que já foram celeiros irrigados às custas desses bolsões de água mineral tornaram-se desertos. Os bolsões de água secaram. Sangue drenado da Mãe Terra.
Quem segura o carbono, assim como a água, é a vida. Basta multiplicar a vida para que o carbono permaneça aqui em baixo, onde queremos que ele fique e não lá na atmosfera a inviabilizar a vida no Planeta. E a tecnologia necessária para isso já era praticada pelos nossos ancestrais. Basta plantarmos muito, deixarmos as plantas crescerem, se espalharem, pararmos de cortar, arrancar, queimar cada folhinha verde que se surge, amorosamente captando carbono para permitir a continuidade da nossa vida. Basta deixarmos que a vida se multiplique em seres de todos os reinos, seres de todas as cores e formas, seres de penas, seres de escamas, seres de pelos, seres de pele, seres se folhas, seres de flores.... E, magicamente, automaticamente, estaremos Plantando Água!
*Esse texto não está exatamente como ele disse. Está como eu me lembro... Jurandir que me perdoe a reinterpretação e licença poética...
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Mandala
Ganhei como presságio essa mandala da minha amiga muito querida Karina. Eu e Janaína colorimos juntas...
Mandalas são portais para meditação. Essa veio acompanhada da frase: "Consigo expressar melhor meus talentos a cada dia que passa." Que seja assim! Hô!
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Feiras Orgânicas do DF
O meu querido amigo Roberto Carneiro, da EMATER, enviou essa lista com as feiras orgânicas do DF. Nessas feiras, os produtores vendem diretamente a sua produção aos consumidores. Essa é uma estratégia fundamental para viabilizar a agricultura familiar. O dimdim vai direto para o bolso do agricultor e não fica pelo meio do caminho.... no bolso daqueles que nem sabem como é a arte de plantar uma semente, cuidar durante semanas, meses, anos daquela planta para, finalmente, colher os frutos (folhas, sementes, raízes) que alimentam a humanidade... compartilho essa preciosidade com vocês. Divulguem!
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Por que André Lima?
Entre muitos motivos, eu apoio a candidatura de André Lima a Deputado Federal pelo PV no DF porque ele tem dedicado a vida a valores nos quais eu acredito: justiça e diversidade socioabiental. Quer ouvir o motivo de outras pessoas? Então assista o meu vídeo:
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Janaína e o Pessegueiro em Flor
O momento exato quando Janaína percebe que o pessegueiro está florido e se encanta!!!!
Pessegueiro em Flor
O pessegueiro do quintal de casa floriu!!! Já fazia alguns anos que isso não acontecia. Foi o frio mais intenso? Talvez.... Mas acho mesmo que foi o comentário que fiz, na frente dele, com a Fabi... que eu estava pensando em substituí-lo por alguma árvore que produzisse frutos caso ele não florescesse esse ano...
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Jardins Agroflorestais
Compartilho aqui o texto Jardins Agroflorestais que eu e Fabiana, minha amiga-irmã e agrofloresteira de mão cheia, escrevemos para a Conferência Internacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (http://vamoscuidardoplaneta.net/). Que tal tentarmos todos sermos "queridos" por Mãe Terra, como nos ensina Ernst Götsch?
domingo, 15 de agosto de 2010
Brasília em Chamas
Inauguro finalmente o meu Blog. Sonho há tempos acalentado que enfim se torna realidade. Eu queria começar com algo alegre como costumo ser. Algo otimista e vibrante. Mas o que me move a inaugurar o Buniting é a urgência de compartilhar minha dor. Vamos lá... começo com o texto que escrevi para o Deusa Viva (o jornal da Teia de Thea) de Agosto:
Toda vez que saio de casa, me deparo com cenários de horror. O DF está em chamas... O povo em pé está de luto. O povo de quatro patas está de luto. O povo que se arrasta pelo chão está de luto. O povo com asas está de luto... seus ovos foram torrados aos milhares. Toda uma geração ameaçada. Para onde fugiram se não há mais para onde ir? Tiveram tempo de ir para algum lugar? Alguns vieram para o meu quintal, refúgio seguro porém pequeno para os tantos que perderam seus lares. A maioria não conseguiu fugir. Duvida? É só fazer uma caminhada por uma dessas áreas de Cerrado já sofrido que agora recebe golpe fatal. Verão todos os tipos de cadáveres.
Não sei o que sentir. Diante do horror, minhas palavras findam. Uma sensação de surrealismo fantástico me invade. Nada fantástico, esse surrealismo me faz temer o pior... mas temer não resolve. Então me conectarei com todas as Deusas das Águas... Para que derramem seu pranto sobre nosso Cerrado e impeçam que essa carnificina continue.
Luto contra o sentimento de desespero. Porque tenho sempre dito e escrito que devemos focar no que queremos e não no que não queremos. Devemos fortalecer a egrégora do amor, do perdão e da gratidão, e não a egrégora de fim de mundo. Porque o que fortalecermos, acontecerá. Mas nesse momento, vendo tudo isso, me sinto fraca para tanto.
Então vou me conectar com todas as Deusas dos mares e oceanos, das lagoas e dos rios, das chuvas e das águas que vivem em nosso corpo e no corpo de toda a família planetária. Vou pedir a elas que encham meu coração de amor e perdão. Que fortaleçam a minha convicção de que tudo passará... e de que seremos muito felizes em um jardim agroflorestal do Éden.
Toda vez que saio de casa, me deparo com cenários de horror. O DF está em chamas... O povo em pé está de luto. O povo de quatro patas está de luto. O povo que se arrasta pelo chão está de luto. O povo com asas está de luto... seus ovos foram torrados aos milhares. Toda uma geração ameaçada. Para onde fugiram se não há mais para onde ir? Tiveram tempo de ir para algum lugar? Alguns vieram para o meu quintal, refúgio seguro porém pequeno para os tantos que perderam seus lares. A maioria não conseguiu fugir. Duvida? É só fazer uma caminhada por uma dessas áreas de Cerrado já sofrido que agora recebe golpe fatal. Verão todos os tipos de cadáveres.
Não sei o que sentir. Diante do horror, minhas palavras findam. Uma sensação de surrealismo fantástico me invade. Nada fantástico, esse surrealismo me faz temer o pior... mas temer não resolve. Então me conectarei com todas as Deusas das Águas... Para que derramem seu pranto sobre nosso Cerrado e impeçam que essa carnificina continue.
Luto contra o sentimento de desespero. Porque tenho sempre dito e escrito que devemos focar no que queremos e não no que não queremos. Devemos fortalecer a egrégora do amor, do perdão e da gratidão, e não a egrégora de fim de mundo. Porque o que fortalecermos, acontecerá. Mas nesse momento, vendo tudo isso, me sinto fraca para tanto.
Então vou me conectar com todas as Deusas dos mares e oceanos, das lagoas e dos rios, das chuvas e das águas que vivem em nosso corpo e no corpo de toda a família planetária. Vou pedir a elas que encham meu coração de amor e perdão. Que fortaleçam a minha convicção de que tudo passará... e de que seremos muito felizes em um jardim agroflorestal do Éden.
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