Adoro mel. E soube que é calmante também. Foi Cimara quem me contou. Uma colher antes de dormir e aquela agitação vai-se embora deixando-nos descansar.
Na natureza, as coisas nunca se repetem de maneira completamente igual. Cada mel é diferente do outro. Cada vez que um mel é retirado da colmeia, é impossível saber a priori que gosto terá. Porque trata-se de uma combinação única daquela exata quantidade de néctar de cada flor que estiver florindo naquela exata época naquele exato lugar. O mel de outra caixa, a 50m de distância poderá ter outro sabor, discreta e delicadamente diferente. Afinal, outras flores estarão por ali ou em proporções diferentes.
Mas nossa cultura ocidental capitalista nos diz que queremos saber exatamente o sabor daquele mel antes de comprá-lo. Para que todos os potes de mel tenham o mesmo sabor, foram desenvolvidas gigantescas máquinas para homogeneizar todo o mel da safra. Misturando tudo, um gosto só. E, pronto, agora podemos saber que gosto terá aquele pote de mel.
Que medo é esse de experimentar algo novo, inesperado? De onde vem essa necessidade termos tudo sob o mais absoluto controle? Porque temos tanta dificuldade de lidar com o desconhecido?
Outra estratégia para que o sabor do mel seja previsível é colocar as caixas de mel dentro de plantações enormes de uma mesma espécie de planta. Obter-se-á um sabor previsível e homogêneo. Mas... esse mel de sabor previsível veio de uma plantação homogênea que, por definição, não pode ser sustentável.
Só um ecossistema biodiverso e sustentável gera méis diversificados feitos por diversas espécies de abelhas.
Enfim, parece-me que nossa curiosidade por experimentar e nosso prazer em apreciar diferentes sabores de mel também é uma atitude importante se o que desejamos são florestas ricas, biodiversas e abundantes enfeitando nosso planeta.
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