Ting é o hexagrama 50 do I Ching. O Caldeirão. Acima: LI, O ADERIR, FOGO. Abaixo: SUN, A SUAVIDADE, VENTO. Minha própria tradução. Um caldeirão borbulhando de idéias, sonhos e movimento. Que dele transborde alimento para a alma. Para a minha e para a de todos os que por aqui passarem. Buniting, para carregar no nome buniteza.
Todo o conteúdo deste Blog é de minha autoria (fotos, textos, filmes), salvo menção expressa. A reprodução é permitida, desde que: a) não haja edição; b) sejam dados os devidos créditos e citada a fonte; e c) não seja feito uso comercial. Agradeço se me informarem.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Domingo no Jardim: Uma Oficina de Jardinagem Agroflorestal para Crianças e Adultos
Uma oficina sob demanda!
Alguns me disseram que queriam muito vir às minhas oficinas mas não tinham com quem deixar suas crianças. Outros perguntaram se eu tinha oficina para suas crianças. Janaína apresenta o quintal para sua prima e me encanto!
Pronto, já tem data. E é no dia 2 de setembro!
Divulgue, compartilhe, convide...
Série "Meu Ambiente": Fogo no Cerrado!
A cada ano que passa, mais e mais, o Cerrado do DF míngua sob a violência do fogo! E continuo ouvindo o disparate de que o fogo é algo natural no Cerrado. Que o fogo é sazonal e há que diga até que é benéfico!
Então vamos colocar os pingos nos is: NÃO é natural o Cerrado pegar fogo todo ano. Não há vegetação que consiga se desenvolver sob "fogo cerrado". Até parece que as tais árvores retorcidas, supostamente evoluídas na convivência com o fogo, gostam. Há quem interprete a rebrota desesperada como aquiescência. Não. É grito de pedido de socorro. A beleza que emerge do Cerrado feito em chamas, o contraste das cores com o negro predominante, a rebrota e verde jovem que pulsa... são tão somente, sob minha visão sempre poética do mundo, a forma desesperada que o Cerrado nos emocionar, nos comover e nos pedir para não mais fazer isso. "Ei... olha só como é lindo!". É isso que ouço das plantas que, por algum tempo, ainda insistem em rebrotar. Em poucos anos, porém, elas desistem, vão se embora, deixando o deserto para trás. Deserto que muitos celebram como oportunidade de negócios... novas terras incorporadas ao insaciável mercado imobiliário. E os bichos? Alguém realmente acha que celebram as queimadas anuais? Quando sinto no ar o cheiro de vida em combustão, meu coração diz que não e chora. Por isso, peço divulgação do vídeo abaixo, com o Vandeir, cujo coração também chora quando vê fogo lambendo o Cerrado. Que Vandeir possa tocar o caração das pessoas que o ouvirem.
Esse é um dos episódios inéditos da série "Meu Ambiente", que fiz quando estava na TV Brasil em 2009. O desafio de emocionar e mover para ação em 1 minuto!
Ficha Técnica
Direção, Roteiro e Edição: Helena Maria Maltez
Imagens: José Gomes
Produção: Daniela Bueno
Trilha Musical: Ben Charles
Supervisão Geral: Chico Daniel Silva
Trilha Musical: Ben Charles
Supervisão Geral: Chico Daniel Silva
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Das Embalagens ao Lixo*
O que você vê quando entra em uma dessas grandes lojas de cosméticos
cheias de corredores e prateleiras lotados de potes, tubos, frascos? E o que vê
quando entra em um hipermercado cheio de corredores, prateleiras, caixas,
embalagens, potes, frascos, tubos?
Eu vejo lixo. Montanhas de lixo. E imagino que no prazo de,
em média, 1 ano, tudo o que estou vendo se tornará lixo, amontoado nos lixões a
céu aberto ou boiando em rios, mares, oceanos.
Se forem vendidas, se tornarão lixo assim que os
consumidores descartarem as embalagens nas suas lixeiras. Se não forem
vendidas, se tornarão lixo da mesma forma, pois tudo tem prazo de validade e,
antes que o prazo de validade se esgote, tudo o que está vencendo será
devolvido ao fornecedor, que jogará tudo no lixo.
E são milhares e milhares de lojas de cosméticos,
supermercados, hipermercados, pontos diversos de venda espalhados pelos mais por
pelos quatro cantos do nosso país e mundo.
Não é por menos que no meio do Oceano Pacífico bóia um
continente de lixo destruindo a vida e contaminando tudo ao redor.
Alguém certamente vai pensar... Reciclagem!
Alto lá! Quanto disso tudo é realmente reciclado? Quanto
disso é, de fato, reciclável, se se levar em conta a mescla de materiais
utilizados nas embalagens inviabilizando sua reciclagem? E mais ainda: reciclar
consome uma quantidade imensa de água e energia. Portanto, reciclar não é
panacéia.
A coisa foi perdendo o controle de tal forma que cada um de
nós se sente impotente diante da imensidão do problema. Muita gente ganha muito
dinheiro com essa máquina de produzir lixo. Todo mundo finge que não vê (ou não
vê mesmo... não sei o que é pior!) e a coisa toda vai crescendo numa velocidade
estarrecedora. A pretexto de gerar emprego, a cadeia que vai desde a extração
de cada uma das matérias primas que compõe cada um dos produtos e suas
embalagens até os contratos milionários para coleta do lixo nas cidades, gera,
na verdade, externalidades múltiplas que estão fora do alcance dos nossos
inocentes olhos. Lembrando de apenas algumas, cito o lastro de degradação
ambiental e social nos locais de extração (de petróleo, minérios, plantas e
bichos), a poluição gerada pelas indústrias, a escravidão das pessoas que
trabalham ao longo da cadeia (ou é sonho de criança de todos nós nos tornarmos
máquinas que apertam parafusos “à La” Tempos Modernos?)... e, finalmente, as
montanhas de lixo que poluem e enfeiam o mundo expondo essa doença social civilizatória
que é a sociedade de consumo de massa.
Alimentados por propagandas enganosas e embalagens luxuosas,
nossas fantasias consumistas são insaciáveis. Mal compramos aquele xampu da embalagem colorida e não vemos a hora que
ele acabe para podermos experimentar aquele outro mais novo lançamento. Nas
embalagens, os produtos se promovem de todas as formas, seja anunciando-se como
“lançamento”, “novo”, “nova embalagem”... seja seduzindo o consumidor cativo
mais conservador: “desde 1950”,
“tradição”, “há 30 anos...”.
O que há por trás de tudo isso? O que alimenta nossa sede
implacável de consumo? Se a questão é geração de emprego, porque é que todos os
processos estão sendo sistematicamente mecanizados e informatizados em
detrimento da mão de obra humana? Por que será que todo o sistema de educação
vem sendo sistematicamente conduzido a produzir mão-de-obra para o mercado de
trabalho ao invés de pessoas aptas a desenvolver suas habilidades e dons a
serviço da humanidade? Perguntas que me deixam tonta quando passo diante de uma
dessas imensas lojas de cosméticos...
* Texto publicado originalmente na edição de Julho de 2012 do Jornal Deusa Viva, boletim da Teia de Thea.
Assinar:
Postagens (Atom)