Então vamos colocar os pingos nos is: NÃO é natural o Cerrado pegar fogo todo ano. Não há vegetação que consiga se desenvolver sob "fogo cerrado". Até parece que as tais árvores retorcidas, supostamente evoluídas na convivência com o fogo, gostam. Há quem interprete a rebrota desesperada como aquiescência. Não. É grito de pedido de socorro. A beleza que emerge do Cerrado feito em chamas, o contraste das cores com o negro predominante, a rebrota e verde jovem que pulsa... são tão somente, sob minha visão sempre poética do mundo, a forma desesperada que o Cerrado nos emocionar, nos comover e nos pedir para não mais fazer isso. "Ei... olha só como é lindo!". É isso que ouço das plantas que, por algum tempo, ainda insistem em rebrotar. Em poucos anos, porém, elas desistem, vão se embora, deixando o deserto para trás. Deserto que muitos celebram como oportunidade de negócios... novas terras incorporadas ao insaciável mercado imobiliário. E os bichos? Alguém realmente acha que celebram as queimadas anuais? Quando sinto no ar o cheiro de vida em combustão, meu coração diz que não e chora. Por isso, peço divulgação do vídeo abaixo, com o Vandeir, cujo coração também chora quando vê fogo lambendo o Cerrado. Que Vandeir possa tocar o caração das pessoas que o ouvirem.
Esse é um dos episódios inéditos da série "Meu Ambiente", que fiz quando estava na TV Brasil em 2009. O desafio de emocionar e mover para ação em 1 minuto!
Ficha Técnica
Direção, Roteiro e Edição: Helena Maria Maltez
Imagens: José Gomes
Produção: Daniela Bueno
Trilha Musical: Ben Charles
Supervisão Geral: Chico Daniel Silva
Trilha Musical: Ben Charles
Supervisão Geral: Chico Daniel Silva
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