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quinta-feira, 27 de junho de 2013

A Transformação que Queremos está nas Ruas?

O que estamos fazendo com o nosso planeta, com os nossos corpos e com as nossas relações me estarrece. Minha militância e serviço tentando compreender e agir diante desse cenário é permanente. Os que me conhecem sabem disso. 
Ainda não consegui elaborar muito bem o que penso e sinto diante disso tudo que está acontecendo. Alguns dizem que vivemos um momento histórico. Outros estão começando a ficar apavorados com a ideia da volta violenta da direita.
Sim... queremos mudança. Vivemos tempos de intolerância, dor e injustiça que estão chegando a limites insuportáveis. Está claro que o caminho que tomamos está errado e que algo deve ser feito.
De um lado, desejo firmemente a paz e a não violência. Acredito no caminho do diálogo e da compreensão mútua. Acredito no caminho do acolhimento e do amor incondicional.
De outro lado fico pensando... será que alguém acredita que uma mudança pela via política pode acontecer sem perda nenhuma? Pensar em uma revolução sem uma gota de sangue, sem nenhum vidro quebrado é algo realista? Alguém realmente acredita que os que se beneficiam da realidade que vivemos abrirão mão gentil e pacificamente de suas regalias? Alguém realmente acredita que os viciados em dinheiro e poder vão largar o osso sem reação? Alguém realmente acredita que, do jeito que a humanidade anda doente, não haverá loucos no meio da multidão?
Acho muito curiosas a indignação com o vandalismo e a perplexidade diante das contradições. Não defendo a violência, muito menos o vandalismo. Jamais. Mas também não acho que podemos ser ingênuos a ponto de achar que sairemos sem nenhum arranhão desse embate com os dententores do poder.
Como fazer, então, a mudança tão urgente e necessária? Que tal começar dentro da gente hem? Que tal começar parando de fazer as barbaridades que fazemos no nosso dia-a-dia com nossas crianças (que, pasmem) ainda apanham muito? Que tal tratarmos nossas crianças com respeito e amor, mostrando-lhes o valor da amizade e da solidariedade, ensinando-lhes que a vida vale mais do que o dinheiro e que a felicidade reside em amarmos e sermos amados e não em ter coisas e mais coisas, status e poder? Que tal ensinarmo-lhes a cooperação e vivermos em coerência com o que queremos lhes ensinar? Se ensinamos nossos filhos a serem competitivos, a acreditarem que uns valem mais que outros, que elas devem vencer em detrimento do fracasso dos outros, que suas necessidades são mais legítimas do que as dos outros, que mundo se espera que construam?
Não interessa qual regime político vivemos, qual o partido (ou não partido) que está no poder, que estruturas inventamos para organizar a sociedade. Todos fracassarão enquanto o ser humano viver na perspectiva da fragmentação do Ser que se apoderou de nós desde que nos desconectamos dos ciclos da vida.
Somente depois de catarmos nossos caquinhos, juntarmos nossos fragmentos, reconectarmo os batimentos do nosso coração com os batimentos do coração da Mãe Terra, nossa casa, nosso lar, nossa fonte de vida, é que conseguiremos sair pelas ruas numa grande marcha pacífica, unindo nossos corações em comunhão de interesses.
Enquanto isso... temo (com o coração apertado) que teremos algumas baixas...
Vamos acelerar o processo então e fazer nossa lição de casa?

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