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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Jardinagem Agroflorestal na EIT - Centro de Ensino Médio de Taguatinga

O namoro começou em 2012.
Em 2013, o projeto começou. Graças à abertura da direção da escola e ao esforço da professora Flávia, pessoa linda, profissional incrível, parceira especial.

Foram muitos encontros em 2013. Quase mensais.
No dia 5 de abril, reiniciamos nossas atividades e realizamos a primeira oficina de 2014.
Logo na chegada depois desses meses longe, fico impactada com o resultado do trabalho, com o colorido das flores no meio dos verdes das folhagens!

Agora, em em abril de 2014, está assim!
Mas quando começamos, em março de 2013, esse canteiro era assim!

Como em todo início de oficina, primeiro observamos o que já está, o que já existe, como estão os seres que vivem ali. E, como em toda oficina, começamos com a limpeza dos canteiros. Incrível as pessoas jogarem lixo nos canteiros mesmo estando evidente de que não se trata de uma lixeira, mas de um canteiro de flores e ervas! Como chegar a essas pessoas? Quem serão? Como ajudá-las a perceber o que fazem? Temos que aprimorar nossas estratégias. Combinamos que um grupo irá de classe em classe explicando o trabalho e pedindo a colaboração. Veremos se funciona...

É inacreditável, mas muito lixo ainda é jogado no canteiro e em todo início de oficina temos que retirá-lo. Seria uma bela economia de tempo não precisar fazer isso toda vez!

Falei sobre responsabilidade e liberdade. Um na medida do outro. Sobre minha defesa da liberdade, a convocação à responsabilidade. Também falei sobre compromisso com o cuidado. A vida exige cuidado permanente. Não adianta ir lá, plantar as mudinhas e achar que está feito, que está pronto. Nunca está pronto. E talvez esse seja o maior dos aprendizados. A constatação de que não há um lugar onde chegar, há o prazer do caminhar. Me sinto plagiando alguém, mas quando a coisa é óbvia, é assim mesmo, muitos já disseram antes e outros descobrirão mais adiante. A jardinagem agroflorestal, não sendo de contemplação, mas de participação, exige ainda mais essa parceria. Por outro lado, as recompensas são muitas e fartas.

Ainda somos poucos jardineiros, mas o ânimo é muito, então... mãos à obra! Depois de tirar o lixo, manejamos os canteiros implantados na última oficina de 2013 e que contou com a participação especial da Fabiana, companheira do Mutirão Agroflorestal. No final dessa oficina, realizada dia 23 de novembro de 2013, deixamos os canteiro com as letras EIT assim:


Foi uma pena não termos tirado uma foto no início daquela oficina. Havia somente um pouco de terra no fundo das letras e nada de vida. Ao chegarmos agora em abril, encontramos o canteiro assim, com tudo crescido, as mudas "pegaram" e muito mato:


Com nosso cuidado, com nosso manejo, ficou assim:





Mas é no detalhe que vemos a diferença (e também um mês depois que é quando o resultado do manejo realmente aparece - fotos de maio nos mostrarão):



Um visitante inesperado nos mostra que a vida se faz presente no nosso canteiro. E é isso que queremos, cada vez mais vida!

E que incrível! No manejo, ao podar as arrudas e melissas, pudemos preparar mudinhas para os próximos plantios. Na jardinagem agroflorestal é assim, a regra é a abundância. Vida gerando cada vez mais vida. Sementes e estacas produzidas na própria área se espalham, expandem-se, multiplicam as possibilidades, plantio e canteiros, gerando cada vez mais vida no lugar da nossa intervenção.
 
Mudinhas de arruda preparadas com estacas que tiramos no manejo do canteiro.

Também manejamos o círculo de árvores plantado em novembro de 2013. Uma grata surpresa... dois mamoeiros bem desenvolvidos e bebês de ipê roxo, graviola. Melissa, flores do tipo maria-sem-vergonha. Um circulozinho tão pequenino e já tem flor, erva, árvore e fruta! 

Quando chegamos estava assim, como o solo descoberto. Outro desafio: a compreensão da importência da manutenção do solo sempre coberto com serrapilheira, folhas e galhos picados gerando vida no solo. Somente solo vivo consegue manter a produção de forma realmente sustentável sem precisarmos sempre alimentar o sistema com insumos externos.


Pronto, solo coberto novamente, o que deverá ser feito em toda intervenção nesse canteiro.
Essa foto foi tirada na oficina de novembro de 2013, no dia do plantio. Quanta diferença já!

Finalmente, já pensando na próxima oficina, preparamos vasinhos com sementes de hortaliças. Quem sabe consigamos preparar um canteiro bem bonito e fazer uma horta agroflorestal na EIT! Já escolhemos até o lugar. Tomara!