Todo o conteúdo deste Blog é de minha autoria (fotos, textos, filmes), salvo menção expressa. A reprodução é permitida, desde que: a) não haja edição; b) sejam dados os devidos créditos e citada a fonte; e c) não seja feito uso comercial. Agradeço se me informarem.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Série "Meu Ambiente": Carona Solidária

Aqui vai mais uma pílula da série "Meu Ambiente".

Que as cidades estão quase entrando em colapso, acho que não há dúvidas sobre isso. Algumas até já entraram. E que há muitas iniciativas para tentar melhorar os cenários futuros, também há. Projetos buscam alternativas para os mais diversos desafios criando possibilidades de maior bem estar e sustentabilidade nos ambientes urbanos.
Um dos temas inevitáveis é o transporte. Não existe uma solução única. Cada cidade exigirá um complexo arranjo de estratégias que implicarão em mudanças concretas. Obras de infra-estrutura, priorização do transporte público, diversificação dos meios de transporte, estimulo e segurança no uso da bicicleta como meio de transporte, tecnologia de motores e combustíveis mais eficientes e mais limpos, reorganização espacial das cidades, reengenharia no controle de tráfego... muitas são as questões e possibilidades. Muitas alternativas exigirão sacrifícios. Quem está disposto a um pouco de sacrifício para viabilizar o futuro das cidades e o bem estar das próximas gerações?
A carona solidária é uma delas. A cada dia se tornará mais inadmissível uma única pessoa por carro.
Nesse vídeo, Vera Pinheiro nos mostra como transforma limão em limonada e se diverte fazendo carona solidária!

Direção: Helena Maltez
Produção: Daniela Bueno
Roteiro: Eládio Teles
Câmera: José Gomes
Edição: Helena Maltez
Trilha Musical: Ben Charles
Supervisão Geral: Chico Daniel Silva


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Balanço Energético na Agricultura, o que é Isso?

É claro que depois daquela entrevista ao Clarín me lembrei de mil outras coisas que eu também gostaria de ter falado sobre a viabilidade econômica da Agrofloresta.


Uma delas é a questão do balanço energético dos sistemas de produção. Os sistemas de produção agrícola que chamo de industriais (por exemplo soja e milho no modelo do agronegócio) normalmente apresentam balanço energético negativo. Isso significa que a quantidade de energia dispendida no processo de produção é maior do que aquela obtida no produto colhido. Essa energia toda é gasta na fabricação e transporte (às vezes intercontinental) de:


- adubos sintéticos (exemplo: mais de 90% do potássio consumido na agricultura brasileira vem de além mar - http://www.cetem.gov.br/agrominerais/livros/producaopotassio.pdf)
- sementes (nesses sistemas as próprias sementes não podem ser usadas havendo necessidade de serem compradas), 
- tratores, máquinas e implementos, 
- diesel para funcionamento de tudo isso, 
- implementos e sistemas de irrigação, 
- biocidas: inseticidas, fungicidas, herbicidas. 


Uma quantidade imensa de energia é consumida desde o local de extração de cada um dos ingredientes, transporte até a fabrica, fabricação, transporte novamente... quantidade essa jamais reposta pela quantidade de energia contida no produto colhido. Isso é balanço energético negativo. 


Se o que se deseja é realmente trabalhar no sentido de diminuir a quantidade de gases do efeito estufa que emitimos e deter o processo das mudanças do clima, me parece óbvio que não podemos trabalhar com sistemas que tenham balanço energético negativo. 


E a Agrofloresta? Só chamo de Agrofloresta aquela cujo produto contém mais energia do que a energia dispendida em seu processo de produção. E também que deixa um saldo positivo de vida no lugar, ou seja, a quantidade de espécies e biomassa é maior (ou, na pior das hipóteses, igual) depois da colheita do que na hora do plantio! Incrível, mas é assim que os sistemas realmente sustentáveis têm que funcionar, senão, definitivamente, não são sustentáveis. 


Pois é, além do balanço energético negativo, os sistemas de produção industriais deixam para trás, após a colheita, um lastro de destruição e contaminação irreversíveis no curto e às vezes, no médio prazos. Do ponto de vista social e cultural, nem se fale a tristeza que tem sido a imensa perda de diversidade cultural, de saberes, de visões de mundo e formas de relacionamento com a natureza promovida pela expansão dos sistemas de produção industriais. 


E para "encumpridar" um pouco essa prosa sobre viabilidade econômica, gostaria de saber como é que se calcula o conforto de trabalhar na sombra, a alegria da autonomia e independência, a segurança proporcionada pela diversidade de produtos, a segurança e autonomia alimentares, a saúde, o prazer de uma alimentação diversificada, o prazer de trabalhar em contato com a natureza, a beleza dos pássaros, das borboletas, dos lagartos... de todos os seres que vivem conosco na agrofloresta? Como medir isso tudo em valores monetários? 


Muito pano para manga...

Série "Meu Ambiente": Separação do Lixo para Reciclagem

Reciclar... e principalmente Reduzir!
Afinal... a reciclagem consome uma quantidade enorme de energia e água, recursos que temos cada vez mais, aprender a usar com parcimônia. Senão... haja construção de hidrelétricas e mais hidrelétricas a destruir ecossistemas e culturas.  
Então... primeiro é utilizarmos somente o necessário. 
Aí sim, o que for inevitável usar, que seja reciclado. Tecnologia temos. Então porque não acontece ainda? Vários são os motivos. E um deles é a dificuldade que as pessoas têm de separar o lixo em casa. Nessa pílula, Fernanda mostra que a separação virou rotina na sua casa. Incorporada no dia-a-dia da família, não representa peso ou fardo, mas sim o cumprimento de uma responsabilidade que é a de que cada um deve cuidar do seu próprio lixo. Isso sim, é demonstração de cidadania e civilidade. 



Episódio da série de pílulas que realizei quando trabalhava na TV Braisl e que, informalmente, chamávamos de "Meu Ambiente". Esse não foi ao ar. Realizada em abril de 2009, essa série tinha como proposta mostrar iniciativas de pessoas comuns para cuidar na Natureza. 

Ficha Técnica: 

Personagem: Fernanda Quintas; Direção e Edição: Helena Maltez; Roteiro: Helena Maltez e Eládio Teles; Produção: Daniela Bueno; Câmera: José Gomes; Trilha Musical: Ben Charles; Supervisão Geral: Chico Daniel Silva.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quem vem Antes da Borboleta?


Toda manhã de sábado, tomo café-da-manhã em uma padaria de Santa Maria, um pouco antes de nossa oficina semanal de jardinagem agroflorestal. Nessa padaria, tem uma televisão. Quando bati o olho na tela, alguns sábados atrás, havia muitas borboletas coloridas. Lindas imagens. A moça dizia: “é tempo de borboletas...”. Uma borboleta aparece botando ovinhos. Fico encantada de mostrarem isso e não tiro o olho da tela. Principalmente porque sou fascinada por lagartas. Meus pensamentos aceleram: “será que mostrarão as lagartas?”. E a moça continuou: “As borboletas colocam os ovos e dos ovos surge... o casulo (junto com a imagem de um casulo)”. Fico estarrecida. O que fizeram com as lagartas? Como puderam, nesse vídeo, dizer às pessoas, às crianças, que do ovo surge o casulo? Por que não mostraram as lagartas? Indiferença? Nojo? Medo? Será que é por isso que somos capazes de envenenar o solo e nosso alimento com agrotóximos para nos livrarmos de todas elas? Que fobia é essa de um bichinho tão pequenino e belo? Já notaram os desenhos? O formato dos pelos? As cores? Os disfarces incríveis? As extravagâncias? Se ainda não notaram, dêem uma olhada aí embaixo, logo depois do texto (ou aqui no blog procurando pela palavra-chave lagartas - fotos de várias das que vivem em Abaetetuba, quintal agroflorestal onde vivo) . Se são tão belas, por que as pessoas têm tanto horror às lagartas? Uma razão racional parece ser o fato de elas se alimentarem de folhas. E muitas vezes, folhas de alguma planta que gostamos muito. Então concluímos que as lagartas são pragas. Um desses seres terríveis que destroem o que plantamos. Seres maus que atrapalham nossas colheitas e a beleza do nosso jardim. Ledo engano...

As lagartas, assim como as formigas e todos esses bichinhos que a maior parte das pessoas chama de praga, fazem parte do que minha amiga Patrícia Vaz chama de “departamento de otimização dos processos de vida”. Pedro, um agricultor do Vale do Ribeira (SP) explica isso dizendo que esses bichos todos são nossos mestres, pois eles nos mostram onde foi que erramos no plantio ou no manejo. Pois é, a gente vai aprendendo com a prática. E erra muito. Então, quando plantamos alguém no lugar errado ou na hora errada, os bichinhos vão lá e fazem o favor de tirar a planta daquele lugar porque ali não está bom para essa planta e ela, provavelmente, também não será favorável para aquele lugar. Também tem outro tipo de situação. Algumas lagartas simplesmente fazem uma faxina geral de vez em quando. Podam todas as folhas e a planta rebrota cheia de folhas novas e saudáveis que, quando velhas, serão novamente podadas pelas trabalhadoras lagartas. Além disso, as lagartas, assim como as minhocas, transformam, na sua digestão, as folhas em adubo. Tudo de bom. Mas... mesmo que as lagartas fossem feias e não servissem para nada, definitivamente, é muito importante que todos saibam e as crianças aprendam desde cedo que sem lagartas, não existem borboletas, assim como não existem adultos se não existirem bebês. Simples assim. E sem borboletas, perderemos não somente a beleza das suas cores e a elegância do seu vôo. O mais grave é que muitas e muitas flores deixarão de ser polinizadas. E sem polinização, não há frutos (desses que a gente gosta de comer também). E sem frutos, não há sementes. E sem sementes não há possibilidade de continuidade da vida. Simples e dramático assim.
Portanto, observemos o lindo trabalho que as lagartas fazem e sejamos gratas por sua existência, por sua beleza e pela possibilidade que temos de observá-las. 

Abaixo, fotos das incríveis lagartas da Vila das Crianças. Todas essas fotos foram feitas pelas nossas lindas e queridas alunas.















segunda-feira, 4 de junho de 2012

TEDx Buenos Aires: Agrofloresta, una Cultura de Cuidado con la Vida

Pronto! Está na net a minha fala no TEDx Buenos Aires. Para mim, foram 18 minutos de pura adrenalina. Quando acabou, eu não fazia a menor ideia do que tinha dito. Dois momentos inesquecíveis: no primeiro minha filha, que estava na platéia, me diz, com largo sorriso de alívio no rosto, assim que desço do palco: "Foi maravilhoso!". Ela que é minha crítica mais contundente e sincera. O segundo foi na saída do teatro, ao final do dia, quando um rapaz me aborda e agradece: "Você me fez voltar ao quintal da minha infância, na casa da minha avó". Nesse momento, senti que tudo tinha valido a pena.