Uau... eu disse que ia falar algo leve e divertido para celebrar. Então penso na alegria de ver que o número de pessoas conscientes cresce a cada dia, que nossas crianças já estão nascendo percebendo tudo o que está acontecendo e com o coração capaz de amar o mundo inteiro, que flores desabrocham no quintal em resistência à seca e às chuvas de veneno que porventura se derramarão sobre nossas cabeças. Como essas aqui...
BuniTing
Ting é o hexagrama 50 do I Ching. O Caldeirão. Acima: LI, O ADERIR, FOGO. Abaixo: SUN, A SUAVIDADE, VENTO. Minha própria tradução. Um caldeirão borbulhando de idéias, sonhos e movimento. Que dele transborde alimento para a alma. Para a minha e para a de todos os que por aqui passarem. Buniting, para carregar no nome buniteza.
Todo o conteúdo deste Blog é de minha autoria (fotos, textos, filmes), salvo menção expressa. A reprodução é permitida, desde que: a) não haja edição; b) sejam dados os devidos créditos e citada a fonte; e c) não seja feito uso comercial. Agradeço se me informarem.
sábado, 9 de julho de 2016
Celebração!!!
Em celebração ao 20.000o acesso a este BuniTing, resolvi escrever algo bem alegre e leve, divertido e bem humorado... foi então que rapidamente pensei na minha alegria matinal hoje ao comer uma maçã com casca e tudo, saborosa e suculenta. Uma maçã orgânica, produzida sem veneno nenhum, pelas mãos de uma família agricultora. Não tive como evitar de pensar na Lei sancionada pelo nosso atual presidente da república que abre brechas que facilitam a pulverização de agrotóxicos sobre as cidades. Como alguém pode sequer conceber essa possibilidade? Quão bizarro é imaginar que alguém suba num avião em perfeita consciência e derrame veneno sobre a cabeça de crianças, velhos, mulheres grávidas, bichos, pessoas e plantas indiscriminadamente? Como pode ser possível conceber uma cena dessas em tempos de doenças esquisitas pipocando por toda parte? Mas aconteceu. O nosso presidente assinou. Então, existem pessoas ainda capazes de pensar em algo assim. Afinal, os negócios do setor de pulverização aérea andam em baixa e as perspectivas futuras são nebulosas com a irritante militância desses ecologistas que não percebem o dano que causam à economia do país. É duro ter investido numa frota de aviões preparados para pulverização aérea e, de repente, fica proibida a pulverização aérea de agrotóxicos em todo o Planalto Central por força do Plano de Manejo da APA do Planalto Central. Há que se encontrar soluções... Se vc olha o mapa da APA, verá que poucas áreas do DF estão de fora. Principalmente a cidade! Mas o mais perverso nem é isso. É que há suspeitas de que a microencefalia tem mais que ver com o veneno aplicado para combater o mosquito do que com a virose em si. Pense!
Uau... eu disse que ia falar algo leve e divertido para celebrar. Então penso na alegria de ver que o número de pessoas conscientes cresce a cada dia, que nossas crianças já estão nascendo percebendo tudo o que está acontecendo e com o coração capaz de amar o mundo inteiro, que flores desabrocham no quintal em resistência à seca e às chuvas de veneno que porventura se derramarão sobre nossas cabeças. Como essas aqui...
Uau... eu disse que ia falar algo leve e divertido para celebrar. Então penso na alegria de ver que o número de pessoas conscientes cresce a cada dia, que nossas crianças já estão nascendo percebendo tudo o que está acontecendo e com o coração capaz de amar o mundo inteiro, que flores desabrocham no quintal em resistência à seca e às chuvas de veneno que porventura se derramarão sobre nossas cabeças. Como essas aqui...
sexta-feira, 25 de março de 2016
A Morte do Solo
Como nos ensinou Ana Primavesi, um solo morto é incapaz de sustentar a vida. Mas como é que se mata um solo? Há muitas formas, sendo o desamor a principal delas, mas vou dar destaque às duas mais impactantes no curto prazo: o fogo e os biocidas. Ambos largamente utilizados e/ou defendidos por sem número de almas distantes das coisas do amor e da vida.
O fogo, em fração de segundos, assassina os bilhões de seres que vivem na superfície e nos primeiros centímetros do solo. Repovoar e reorganizar a vida no solo depois de uma queimada pode demorar anos ou décadas. Porque, além de provocar a morte imediata dos seres vivos, o fogo pulveriza grande parte do carbono acumulado sob a forma de serrapilheira, assim como carbono acumulado nos primeiros centímetros que é onde encontramos a maior parte da bicharada que compõe o solo. É o carbono que dá cor escura à terra. Se o solo é claro, branco ou vermelho, tem pouca matéria orgânica acumulada. Sem matéria orgânica, todo o processo de sucessão biológica que começa com os organismos capazes de viver quase sem alimento até aqueles que decompõe a serrapilheira alimentando as plantas que nos alimentam, tem que recomeçar do zero ou quase. Até termos novamente um solo fértil e capaz de produzir alimento para esse Ser comilão que somos a espécie humana leva um tempão. É claro que podemos acelerar esse processo trazendo matéria orgânica de outro lugar... mas quem faz isso hem?
serrapilheira |
Mas tão destruidor quanto o fogo é o uso dos biocidas. Fungicidas, inseticidas, larvicidas, herbicidas... todos esses cidas são substâncias criadas pelos seres humanos para matar a vida. Fungicidas matam fungos e inseticidas matam insetos, herbicidas matam plantas e assim por diante. Como pode ser que tenhamos tido uma ideia tão absurda? Pois se é a vida que sustenta a vida. Quando foi que nos desconectamos de tal maneira dos ciclos da natureza que passamos a conceber a existência de substâncias que, além de destruir seres vivos, são persistentes, demoram séculos, quem sabe milênios para desaparecerem depois que são jogados no ambiente? Agora que sabemos que nosso Planeta é finito, que o que acontece no Japão nos afeta, que os oceanos todos são um só e suas águas circulam incessantemente por toda parte, que o ar que respiro hoje amanhã estará sendo respirado por algum chinês... como podemos conceber continuarmos jogando nos solos, nas águas e no ar toneladas e toneladas de biocidas todos os dias? Meu Brasil querido é simplesmente o campeão mundial. Jogamos no ambiente mais de 4 litros de veneno por habitante! Isso significa que grande parte da vida vem sendo dizimada assustadoramente. E para quê afinal de contas, fazemos isso? Uma biofobia generalizada atingiu a humanidade. Insanidade.
Fala-se muito do desaparecimento das abelhas. Elas nos são tão úteis e visíveis que seu desaparecimento logo nos chamou a atenção. Mas são apenas a ponta de um imenso iceberg. Nada estamos vendo do massacre das microvítimas que vivem no solo... fungos, bactérias, insetos, larvas, aracnídeos, opiliões, minhocas, bezouros, anelídeos... uma infinidade de bichos, do solo e do ar, de todas as cores e tamanhos estão desaparecendo, sendo extintos na mesma velocidade que a onça pintada e o mico-leão de cara dourada. Mas ainda encontramos alguns deles, visíveis na fase adulta, perambulando por aí. Isso se não tocarmos fogo nem jogarmos veneno é claro. Flagrei alguns no meu quintal. E sempre me emociono quando dou de cara com algo tão sofisticado, belo e evoluído assim:
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Naturalizção do Absurdo
É incrível que mesmo a pior das coisas, ao se tornar comum, rotineira, frequente, torna-se também "natural". Ou também quando algo faz parte de uma cultura, vem se perpetuando ao longo de dezenas de anos, talvez séculos ou quem sabe milênios, isso também se torna "natural" ainda que repulsivo ou absurdo possa parecer a quem não faz parte daquela cultura. Natural, do latim naturalis, com raiz 'natur' gerando palavras como naturalidade, naturalizar e natureza. Há a natureza que está supostamente fora de nós, a das plantas, da biodiversidade, dos rios e mares, dos oceanos e montanhas silvestres. Mas também é comum ouvirmos alguém dizer: "é da minha natureza". E creio que esta pessoa não está se referindo às árvores, bichos, florestas, savanas e campos de altitude! Também se diz "natural de" como sinônimo de "onde você nasceu". Quanto alguém queria ter nascido em outro lugar diferente do que nasceu de verdade, pode naturalizar-se, adquirindo nova nacionalidade, salvo delírio interpretativo dos conceitos.
Penso em tudo isso ao encontrar duas fotos em arquivos antigos numa tentativa de limpeza do passado. E lembro-me do que pensei quando tirei essas fotos. Naquela época, eu me chocava com a ocupação das áreas verdes de Brasília pelos estacionamentos. Ficava revoltada com a substituição do verde das árvores e gramas que propiciam a infiltração da
água no solo e recarga dos aquíferos, por cimento, concreto, asfalto e pisos de texturas diversas. Me revoltava ver a a quantidade crescente de carros numa cidade totalmente despreparada para isso. Me deixava louca a ideia de que, aos poucos, todos as "esquinas" das comerciais teriam seus bosques substituídos por estacionamentos. Me deixavam triste a cegueira alheia e a minha impotência. Eu não conseguia entender essa capital do país que vai amadoristicamente criando estacionamentos no meio da terra, do barro e da lama. Sentia vergonha. Lembro-me que há muitos anos fui participar de uma reunião com um Senador na época e hoje Governador e tive que deixar o carro no meio da lama, em um estacionamento improvisado. Não pude acreditar que estava na capital da República e estaria em poucos minutos em reunão com um Senador. Tirei as fotos para escrever da minha revolta e gritar a plenos pulmões o absurdo, a bizarrice, o cafona e o fracasso ao qual estava nos levando esse caminho.
Acabou que não escrevi nem publiquei meu texto de revolta porque havia me determinado a não reclamar de nada e só falar coisas belas e positivas. Hoje, reencontrando as fotos, me dei conta que nunca mais pensei em nada disso. Naturalizou-se para mim a invasão dos espaços da minha cidade amada por carros e mais carros. Isso é bom? Não sei. Mas gostei do reencontro com as fotos que despertou algo que em mim estava adormecido. Que venha a revolta então!
DA REVOLTA |
À NATURALIZAÇÃO |
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Mobilidade Urbana como Direito e não como Dever
Conversando com um jovem estudante do CEF Dra. Zilda Arns (escola de Itapoã-DF) enquanto cuidávamos dos jardins da escola, perguntei-lhe se continuaria estudando ali em 2015. Ele me disse que não, que iria para uma escola do Plano Piloto de Brasília. Perguntei-lhe o por quê. Ele respondeu que não haveria mais 8o ano em 2015 no CEF Dra. Zilda Arns. Contou-me que um novo assentamento urbano havia trazido muitas famílias para aquela região e que as salas de aula do 8o ano seriam ocupadas por novas classes do 6o ano já que é mais seguro jovens do 8o ano pegarem ônibus sozinhos e irem para o Plano Piloto do que crianças do 6o ano.
Quando penso na questão do caos urbano em que vivemos, ando convencida de que devemos focar nosso investimento em criatividade e dinheiro muito mais em diminuir o deslocamento das pessoas do que em aumentar sua mobilidade. A mobilidade deve ser um direito. Algo que se possa usufruir sempre que se precisar ou desejar. Mas não pode ser uma obrigação. Não é possível que crianças e jovens de todo o Distrito Federal** sejam obrigadas a se deslocar por grande distâncias todos os dias para ir à escola. No caso do ensino particular a questão é ainda mais grave. Todas as escolas particulares de Brasília estão agrupadas em poucos "bairros", nesse modelo urbano maluco de agrupar negócios e serviços... a antítese da sustentabilidade, palavra que os criadores de Brasília definitivamente desconheciam completamente. No caso das crianças e jovens que vivem na zona rural, a questão é trágica.
Todo estudante têm que ter o direito de ir à pé desde sua casa até a escola, como, aliás, muitos da minha geração ainda fizeram. Eu fui à pé à escola entre os 7 e os 11 anos. Sozinha. E minhas memórias são repletas de lembranças das minhas vivências ao longo desse caminho. Lembro-me da figueira de uma casa pela qual eu passava diariamente cuja fenologia eu acompanhava ansiosa, no desejo de saborear o primeiro figo da primavera. Lembro-me de sair de casa ainda à noitinha nos dias longos de inverno. Lembro-me do cheiro da pizza de um trailer que ficava no caminho da volta...
Sabemos o impacto causado pelo movimento de estudantes sobre a mobilidade urbana. É só comparar tempos de aula com tempos de férias escolares. Se o que desejamos são cidades fluidas e descongestionadas, não seria muito mais simples construir escolas em todos os bairros do que priorizar a contrução de vias e mais vias, trens superficiais e profundos, pontes, viadutos e duplicações, frotas gigantes de ônibus? Sim... mas quem ganharia com isso e quem deixaria de ganhar?
Além de reduzir o deslocamento dos estudantes, a construção de escolas em todos os bairros também geraria muitos empregos locais, reduzindo ainda mais o movimento das pessoas para lá e para cá. Escola em todos os bairros é o começo para a descentralização geral. No caso de Brasília, não há como o Plano Piloto ser o centro do Universo. É necessário que, finalmente, cada cidade satélite passe a ser de fato uma cidade, uma comunidade autônoma. Como bônus, o Planeta agradecerá a redução drástica de emissão de gases nocivos à saúde e ganharemos muitas horas para fazermos o que realmente desejamos ao invés de ficarmos grande parte das nossas vidas queimando combustível fóssil em deslocamentos indesejados. Isso vale especialmente para nossas crianças e adolescentes que, ao invés de desfrutarem de mais 1/2 hora de repouso em suas camas quentinhas, cochilam entre um chacoalho e outro sentados em ônibus, vans e carros desconfortáveis.
** Minhas reflexões se referem ao Distrito Federal, onde vivo, mas acredito que a lógica se aplique a toda metrópole)
Quando penso na questão do caos urbano em que vivemos, ando convencida de que devemos focar nosso investimento em criatividade e dinheiro muito mais em diminuir o deslocamento das pessoas do que em aumentar sua mobilidade. A mobilidade deve ser um direito. Algo que se possa usufruir sempre que se precisar ou desejar. Mas não pode ser uma obrigação. Não é possível que crianças e jovens de todo o Distrito Federal** sejam obrigadas a se deslocar por grande distâncias todos os dias para ir à escola. No caso do ensino particular a questão é ainda mais grave. Todas as escolas particulares de Brasília estão agrupadas em poucos "bairros", nesse modelo urbano maluco de agrupar negócios e serviços... a antítese da sustentabilidade, palavra que os criadores de Brasília definitivamente desconheciam completamente. No caso das crianças e jovens que vivem na zona rural, a questão é trágica.
Todo estudante têm que ter o direito de ir à pé desde sua casa até a escola, como, aliás, muitos da minha geração ainda fizeram. Eu fui à pé à escola entre os 7 e os 11 anos. Sozinha. E minhas memórias são repletas de lembranças das minhas vivências ao longo desse caminho. Lembro-me da figueira de uma casa pela qual eu passava diariamente cuja fenologia eu acompanhava ansiosa, no desejo de saborear o primeiro figo da primavera. Lembro-me de sair de casa ainda à noitinha nos dias longos de inverno. Lembro-me do cheiro da pizza de um trailer que ficava no caminho da volta...
Sabemos o impacto causado pelo movimento de estudantes sobre a mobilidade urbana. É só comparar tempos de aula com tempos de férias escolares. Se o que desejamos são cidades fluidas e descongestionadas, não seria muito mais simples construir escolas em todos os bairros do que priorizar a contrução de vias e mais vias, trens superficiais e profundos, pontes, viadutos e duplicações, frotas gigantes de ônibus? Sim... mas quem ganharia com isso e quem deixaria de ganhar?
Além de reduzir o deslocamento dos estudantes, a construção de escolas em todos os bairros também geraria muitos empregos locais, reduzindo ainda mais o movimento das pessoas para lá e para cá. Escola em todos os bairros é o começo para a descentralização geral. No caso de Brasília, não há como o Plano Piloto ser o centro do Universo. É necessário que, finalmente, cada cidade satélite passe a ser de fato uma cidade, uma comunidade autônoma. Como bônus, o Planeta agradecerá a redução drástica de emissão de gases nocivos à saúde e ganharemos muitas horas para fazermos o que realmente desejamos ao invés de ficarmos grande parte das nossas vidas queimando combustível fóssil em deslocamentos indesejados. Isso vale especialmente para nossas crianças e adolescentes que, ao invés de desfrutarem de mais 1/2 hora de repouso em suas camas quentinhas, cochilam entre um chacoalho e outro sentados em ônibus, vans e carros desconfortáveis.
** Minhas reflexões se referem ao Distrito Federal, onde vivo, mas acredito que a lógica se aplique a toda metrópole)
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Mapa DF Sustentável
Quanta saudades desse BuniTing!
Mas durante o sumiço, muita coisa aconteceu...
Voltei a trabalhar com André Lima no Mapa DF Sustentável, dando continuidade a projeto iniciado em 2010, cujo objetivo é identificar, mapear, visitar, filmar e divulgar iniciativas em sustentabilidade no Distrito Federal.
Enquanto uma parte da equipe trabalha no site do Mapa: www.mapadfsustentavel.com.br e o André, na coordenação geral do projeto e em plena campanha para Deputado Federal, se desdobra em 1234 pessoas para estar em todos os lugares ao mesmo tempo, eu rodo o DF com ele filmando projetos, pessoas, iniciativas, lugares e ações que apontam para o que desejamos, ou seja, um DF Sustentável.
Estamos conhecendo muita gente bacana e batalhadora, o que nos enche de esperanças. Também estamos vendo os enormes desafios a transpor para a plena realização nos nossos sonhos de beleza e justiça, paz e prosperidade, o que nos estimula a trabalharmos mais e mais.
Agradeço aqui ao André pela maravilhosa oportunidade, a todos os que nos recebem de braços abertos para compartilhar suas histórias, desejos, sonhos e visões de mundo, assim como aos meus amigos músicos que gentilmente têm permitido que eu use sua arte para embelezar a minha.
Veja só quanta coisa linda vem acontecendo no nosso Distrito Federal no canal do youtube que criamos para postar os filmetes que estou produzindo:
https://www.youtube.com/channel/UCH3vmcAEEyjX1dInVTGCVwg
Mas durante o sumiço, muita coisa aconteceu...
Voltei a trabalhar com André Lima no Mapa DF Sustentável, dando continuidade a projeto iniciado em 2010, cujo objetivo é identificar, mapear, visitar, filmar e divulgar iniciativas em sustentabilidade no Distrito Federal.
Enquanto uma parte da equipe trabalha no site do Mapa: www.mapadfsustentavel.com.br e o André, na coordenação geral do projeto e em plena campanha para Deputado Federal, se desdobra em 1234 pessoas para estar em todos os lugares ao mesmo tempo, eu rodo o DF com ele filmando projetos, pessoas, iniciativas, lugares e ações que apontam para o que desejamos, ou seja, um DF Sustentável.
Estamos conhecendo muita gente bacana e batalhadora, o que nos enche de esperanças. Também estamos vendo os enormes desafios a transpor para a plena realização nos nossos sonhos de beleza e justiça, paz e prosperidade, o que nos estimula a trabalharmos mais e mais.
Agradeço aqui ao André pela maravilhosa oportunidade, a todos os que nos recebem de braços abertos para compartilhar suas histórias, desejos, sonhos e visões de mundo, assim como aos meus amigos músicos que gentilmente têm permitido que eu use sua arte para embelezar a minha.
Veja só quanta coisa linda vem acontecendo no nosso Distrito Federal no canal do youtube que criamos para postar os filmetes que estou produzindo:
https://www.youtube.com/channel/UCH3vmcAEEyjX1dInVTGCVwg
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Jardinagem Agroflorestal na EIT - Centro de Ensino Médio de Taguatinga
O namoro começou em 2012.
Em 2013, o projeto começou. Graças à abertura da direção da escola e ao esforço da professora Flávia, pessoa linda, profissional incrível, parceira especial.
Foram muitos encontros em 2013. Quase mensais.
No dia 5 de abril, reiniciamos nossas atividades e realizamos a primeira oficina de 2014.
Logo na chegada depois desses meses longe, fico impactada com o resultado do trabalho, com o colorido das flores no meio dos verdes das folhagens!
Como em todo início de oficina, primeiro observamos o que já está, o que já existe, como estão os seres que vivem ali. E, como em toda oficina, começamos com a limpeza dos canteiros. Incrível as pessoas jogarem lixo nos canteiros mesmo estando evidente de que não se trata de uma lixeira, mas de um canteiro de flores e ervas! Como chegar a essas pessoas? Quem serão? Como ajudá-las a perceber o que fazem? Temos que aprimorar nossas estratégias. Combinamos que um grupo irá de classe em classe explicando o trabalho e pedindo a colaboração. Veremos se funciona...
Falei sobre responsabilidade e liberdade. Um na medida do outro. Sobre minha defesa da liberdade, a convocação à responsabilidade. Também falei sobre compromisso com o cuidado. A vida exige cuidado permanente. Não adianta ir lá, plantar as mudinhas e achar que está feito, que está pronto. Nunca está pronto. E talvez esse seja o maior dos aprendizados. A constatação de que não há um lugar onde chegar, há o prazer do caminhar. Me sinto plagiando alguém, mas quando a coisa é óbvia, é assim mesmo, muitos já disseram antes e outros descobrirão mais adiante. A jardinagem agroflorestal, não sendo de contemplação, mas de participação, exige ainda mais essa parceria. Por outro lado, as recompensas são muitas e fartas.
Ainda somos poucos jardineiros, mas o ânimo é muito, então... mãos à obra! Depois de tirar o lixo, manejamos os canteiros implantados na última oficina de 2013 e que contou com a participação especial da Fabiana, companheira do Mutirão Agroflorestal. No final dessa oficina, realizada dia 23 de novembro de 2013, deixamos os canteiro com as letras EIT assim:
Foi uma pena não termos tirado uma foto no início daquela oficina. Havia somente um pouco de terra no fundo das letras e nada de vida. Ao chegarmos agora em abril, encontramos o canteiro assim, com tudo crescido, as mudas "pegaram" e muito mato:
Com nosso cuidado, com nosso manejo, ficou assim:
Finalmente, já pensando na próxima oficina, preparamos vasinhos com sementes de hortaliças. Quem sabe consigamos preparar um canteiro bem bonito e fazer uma horta agroflorestal na EIT! Já escolhemos até o lugar. Tomara!
Em 2013, o projeto começou. Graças à abertura da direção da escola e ao esforço da professora Flávia, pessoa linda, profissional incrível, parceira especial.
Foram muitos encontros em 2013. Quase mensais.
No dia 5 de abril, reiniciamos nossas atividades e realizamos a primeira oficina de 2014.
Logo na chegada depois desses meses longe, fico impactada com o resultado do trabalho, com o colorido das flores no meio dos verdes das folhagens!
Agora, em em abril de 2014, está assim! |
Mas quando começamos, em março de 2013, esse canteiro era assim! |
É inacreditável, mas muito lixo ainda é jogado no canteiro e em todo início de oficina temos que retirá-lo. Seria uma bela economia de tempo não precisar fazer isso toda vez! |
Falei sobre responsabilidade e liberdade. Um na medida do outro. Sobre minha defesa da liberdade, a convocação à responsabilidade. Também falei sobre compromisso com o cuidado. A vida exige cuidado permanente. Não adianta ir lá, plantar as mudinhas e achar que está feito, que está pronto. Nunca está pronto. E talvez esse seja o maior dos aprendizados. A constatação de que não há um lugar onde chegar, há o prazer do caminhar. Me sinto plagiando alguém, mas quando a coisa é óbvia, é assim mesmo, muitos já disseram antes e outros descobrirão mais adiante. A jardinagem agroflorestal, não sendo de contemplação, mas de participação, exige ainda mais essa parceria. Por outro lado, as recompensas são muitas e fartas.
Ainda somos poucos jardineiros, mas o ânimo é muito, então... mãos à obra! Depois de tirar o lixo, manejamos os canteiros implantados na última oficina de 2013 e que contou com a participação especial da Fabiana, companheira do Mutirão Agroflorestal. No final dessa oficina, realizada dia 23 de novembro de 2013, deixamos os canteiro com as letras EIT assim:
Foi uma pena não termos tirado uma foto no início daquela oficina. Havia somente um pouco de terra no fundo das letras e nada de vida. Ao chegarmos agora em abril, encontramos o canteiro assim, com tudo crescido, as mudas "pegaram" e muito mato:
Com nosso cuidado, com nosso manejo, ficou assim:
Mas é no detalhe que vemos a diferença (e também um mês depois que é quando o resultado do manejo realmente aparece - fotos de maio nos mostrarão):
Um visitante inesperado nos mostra que a vida se faz presente no nosso canteiro. E é isso que queremos, cada vez mais vida! |
E que incrível! No manejo, ao podar as arrudas e melissas, pudemos preparar mudinhas para os próximos plantios. Na jardinagem agroflorestal é assim, a regra é a abundância. Vida gerando cada vez mais vida. Sementes e estacas produzidas na própria área se espalham, expandem-se, multiplicam as possibilidades, plantio e canteiros, gerando cada vez mais vida no lugar da nossa intervenção.
Mudinhas de arruda preparadas com estacas que tiramos no manejo do canteiro. |
Também manejamos o círculo de árvores plantado em novembro de 2013. Uma grata surpresa... dois mamoeiros bem desenvolvidos e bebês de ipê roxo, graviola. Melissa, flores do tipo maria-sem-vergonha. Um circulozinho tão pequenino e já tem flor, erva, árvore e fruta!
Pronto, solo coberto novamente, o que deverá ser feito em toda intervenção nesse canteiro. |
Essa foto foi tirada na oficina de novembro de 2013, no dia do plantio. Quanta diferença já! |
terça-feira, 11 de março de 2014
Criança e Movimento
"Mamãe, eu acho muito chato ficar parada" (Jana, 8
anos)
Vida é movimento.
Criança é movimento.
Impedir esse movimento é sabotar o seu crescimento, a sua
expansão.
Quando a gente se movimenta, ocupa um lugar maior no espaço.
Isso é Expansão.
E o que todos queremos?
Você não quer se expandir?
Expandir sua percepção, sua intuição, sua ação no mundo?
Mas muita gente se expandindo ao mesmo tempo exige que
nossas expansões se integrem, se mesclem, se tornem o que sempre já foram: um
Ser só.
Ah... quantos desafios... no se colocar totalmente à
disposição de se mesclar com o outro...
O mundo, para a criança, está em constante movimento. O
mundo parado a incomoda. Por isso ela se mexe o tempo todo. Crianças que são
tolhidas no seu movimento ou na sua criatividade (atributo diretamente
relacionado ao movimento), poderão, se não se cuidarem ao longo do caminho,
tornarem-se adultos amargos, violentos ou tristes. Você conhece alguém assim?
Ainda bem que sempre há tempo de olhar para isso de frente e fazer o que tem
que ser feito, que é que viemos fazer nessa temporada por aqui: desenvolver
nossos dons e talentos e colocá-los a disposição do mundo.
É por isso que, por mais que isso às vezes seja
enlouquecedor, é importante que deixemos os movimentos e criatividade de nossas
crianças se expressarem, temos que deixar seus movimentos livres, é necessário
que confiemos e deixemos. Sejamos honestas com elas. Podemos falar dos nossos
limites, das nossas dificuldades. Podemos lhes falar dos riscos. Podemos e
devemos partilhar responsabilidades e cuidados uns com os outros.
É claro que também é importante mostrarmo-lhes o quanto é
bom o estado de contemplação, da calma, o estado meditativo. O quanto é bom
simplesmente observar, ouvir, ver, sentir, sem ter que, a todo momento nos
expressarmos, nos movimentarmos tanto, falarmos tanto. Mas só uma criança
saciada de movimento conseguirá ficar parada. Tudo bem que algumas parecem ser
insaciáveis. O que fazer com elas? Dar-lhe uma gotinha ou uma pílula mágica
que, de um segundo para o outro a tornará uma criança calma e dócil? É uma
opção. Que eu não faria nunca.
Prefiro saciá-la de movimento e me surpreender com o sorriso
largo, a gargalhada solta, o olhar brilhante da criança que se expande. Há
muitas crianças dentro de adultos querendo se expandir. Deixe...
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