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sábado, 29 de outubro de 2011

Semente, Bebê de Planta


Acho que foi de Fabiana (dona dessa mão que segura uma semente de pupunha germinando) que ouvi pela primeira vez essa história de semente ser bebê de planta. É incrível como a gente nem sempre se dá conta das coisas óbvias. Nunca mais pude ser a mesma depois que Fabiana me disse isso. Afinal, como é que eu poderia, dali por diante, jogar um punhado de sementes de mamão na lixeira? Como eu poderia fazer isso sabendo que de cada uma daquelas dezenas de sementes poderia surgir um mamoeiro que, por sua vez, poderia produzir dezenas de mamões, uma de minhas frutas prediletas? A Fabiana tem um poema lindo que fala sobre isso, sobre a potencial árvore que existe dentro da semente e junto com a árvore, os pássaros, os grilos, as lagartas, as borboletas, as frutas, as sementes e novamente as árvores.

A capacidade da vida em produzir vida é algo assombroso! Uma vez tendo mamões no quintal, dificilmente você deixará de tê-los para sempre. Sem fazer esforço nenhum. Somente deixando que as mudinhas plantadas pelos passarinhos cresçam. E assim com todas as outras. É incrível como a vida insiste e surge, como ela se apresenta em toda sua abundância e beleza se deixarmos que ela venha, se intervirmos somente na medida em que pensarmos sobre como cada um de nossos atos de manejo pode gerar mais vida do lugar em que vivemos.

Por isso, hoje, depois de uma manhã plantando e manejando com as meninas da Vila das Crianças, me sinto cheia de esperança e de vontade de fazer mais e mais... Cheia de energia para continuar, prosseguir e fazer o que tem que ser feito.

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