O Mutirão Agroflorestal, organização e movimento dos quais faço parte desde os seus inícios respectivamente em 2003 e 1996, surgiu no desejo que um grupo de amigos tinham de fazer parte, de participar, de agir, de aprender fazendo e, principalmente, de fazer tudo isso juntos. Naquela época, eu quase nada sabia sobre Agrofloresta. Passados 17 anos, a Agrofloresta se tornou meu modo de ver o mundo, o viés pelo qual penso, sinto e ajo. Naquele início, fazíamos encontros a cada um ou dois meses, viajando para sítios, chácaras e fazendas de agricultores ou de algum de nós mesmos, para praticar, plantar, manejar, celebrar, dançar, cantar e, principalmente, para estarmos juntos. O tempo passou, o movimento se tornou organização não governamental. Nos espalhamos pelo país, pessoas sumiram, outras chegaram. Projetos, sonhos, consultorias, palestra e eventos depois, é nos mutirões agroflorestais que nos sentimos mais Mutirão Agroflorestal. É no manejo, no plantio, no exercício da convivência em alegria e respeito que nos sentimos parte dessa família. Mesmo quando apenas alguns de nós podem estar presentes, os outros distantes ou atarefados, sentimos a presença de cada um dos que tanto nos ensinaram e inspiraram. E é com as mãos nas plantas, sementes e terra que nos sentimos realmente participando do ciclo da vida.
Essas palavras saem dos meus dedos inspiradas por um fim-de-semana cheio de mutirão agroflorestal. No domingo, dia 24, renova-se a amizade e parceria com Mangala e seu Ateliê Angico para realizarmos juntos um mutirão de manejo. Pessoas queridas e outras desconhecidas juntam-se a nós nessa aventura que é o serviço totalmente desprendido de trabalhar para deixar um pedacinho do Planeta mais bonito e cheio de vida. Gratidão, Mangala!
Foto: Marco Gonçalves
Antes de começar, em círculo, combinamos o que vamos fazer. Muita gente nova, é necessário alinharmos alguns conceitos.
Foto: Marco Gonçalves
Um dos grupos dedicou-se ao manejo de uma touceira de banana! E a galera caprichou: assim é que se faz ao cortar os pseudocaules que já produziram, deixando esse funil para evitar a propagação do moleque da bananeira.
Foto: Marco Gonçalves
Outros, como eu e esses todos que estão na foto, nos dedicamos a cortar tudo o que estava velho, podar o que precisava ser podado para depois cobrir bem o solo, principal tarefa do agroflorestador. Vejam só na foto aí embaixo como Narmada e Luciana dedicam-se concentradamente a essa tarefa tão essencial.
Foto: Marco Gonçalves
Foto: Marco Gonçalves |
Surpresa surpreendente e celebrada, a aranha carrega seus ovos fugindo dos nossos facões.
Foto: Marco Gonçalves
Mudas de ipê, café, cajá, tangerina, jatobá, siriguela e sementes diversas vão para o chão, lá onde é o seu lugar. Ah... taí uma das coisas mais gostosas do mundo... plantar...
Foto: Marco Gonçalves
Mudas de ipê, café, cajá, tangerina, jatobá, siriguela e sementes diversas vão para o chão, lá onde é o seu lugar. Ah... taí uma das coisas mais gostosas do mundo... plantar...
Foto: Eduardo Rombauer |
O que mais me emocionou?
A fala de um dos participantes, ainda novato em mutirões agroflorestais, quando partilhou seu sentimento de surpresa com a leveza e amorosidade com que nós realizamos nossa tarefa. O grande barato do mutirão agroflorestal é que transformamos não somente o lugar onde realizamos nossa intervenção, mas também aquecemos os nossos corações, unindo-os uns aos outros em sonhos comuns. Que sonhos? Sonhos de paz e abundância para todos os Seres. É assim um mutirão agroflorestal.
Agradeço ao Marco Gonçalves que registrou tudo e cedeu as fotos para que publicássemos aqui. Valeu Marco! Exceção de autoria é a foto do grupo, feita pelo Eduardo Rombauer para que o Marco pudesse aparecer!
Quer ver mais e outro jeito de contar a história? Visite o blog do Ateliê Angico que a postagem da Mangala tá show: http://www.atelieanjico.blogspot.com.br/2013/03/mutirao-agroflorestal-2.html
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